quarta-feira, 8 de junho de 2011

Etnias Indígenas Brasileiras.

"Pouco sabemos sobre a quantidade de grupos indígenas existentes no Brasil antes da conquista européia, mas é certo que, graças a ela, a população aborígene decresceu desde então rapidamente e não deixou de diminuir até hoje.Basta dizer que no ano de 1900 o número de grupos tribais era de duzentos e trinta, entretanto em 1957 era somente de cento e quarenta e três.Em somente 57 anos, desapareceram 87 grupos tribais.Porém há grupos cuja população tem realmente aumentado.
Classificar os atuais grupos remanescentes, cuja maioria se encontra na Amazônia, seguida do Centro-Oeste, é tarefa difícil.A opção linguística adotada pelos primeiros colonizadores indicava a existência de dois grupos:os tupis, primeiro grupo encontrado pelos conquistadores portugueses, especialmente missionários jesuítas, aprenderam a língua tupi, chegando até a conceber uma gramática nos moldes de sua própria língua, acabaram supervalorizando os tupis, e pejorativamente, passaram a chamar os povos de línguas diferentes de "povos de língua travada" ou tapuias.A intensidade dos contatos com os tupis permitiu, sobretudo, preservar, dados mais seguros sobre os seus costumes, o que não se deu com relação aos outros povos.
                          Os estudos de Von Martius e Von Den Steinen no século XIX demosntraram que, entre os tapuias, existia uma variedade de línguas que não pertenciam a um mesmo tronco linguístico comum e nova classificação foi adotada:além dos tupis, podiam-se identificar os jês, os caraíbas e os aruaques.
                          Recentemente, partindo dos atuais idiomas indígenas, usou-se uma classificação que reúne, numa só classe, as línguas que tiveram origem comum, a partir da análise de vocábulos e derivações segundo leis fonéticas.Desta forma, buscou-se mostrar que as atuais línguas derivam de uma anterior, desaparecida, que até poderia ser recriada, compondo o tronco ou bloco linguístico.
                          Levantar gramáticas, fonologias e vocabulários organizados e detalhados das atuais línguas indígenas poderia servir para a aplicação do chamado"método de reconstrução"desenvolvido na linguística comparativa.Há hoje conhecimentos parciais das línguas já documentadas com significativos avanços quanto às línguas tupi e aruaque e reduzidas conquistas quanto à jê e à caraíba.
                          Vale também observar que o tupi é visto como um tronco composto por variadas línguas aparentadas pertencentes a um conjunto de tribos que se espalham pelo Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Peru.
                           Formando o tronco, as línguas aproximadas compõem as famílias que se subdividem em línguas e estas, em dialetos.Assim a família tupi-guarani reúne os grupos tribais guaranis dos vales dos rios Uruguai e Paraná e os tupis do Rio de Janeiro, Maranhão e Amazônia, segundo uma classificação bastante atual."
(Vicentino, Claudio in:"História Do Brasil"-São Paulo.Editora Scipione, 1997.)    

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